domingo, 20 de março de 2011

Identidade. - Cap.(1)


Naquela noite a lua refletida no lago na calmaria de um nevoeiro se ouvia o gritar , era o meu coraçao gritando por uma resposta , na face trazia aquele sorriso sorrateiro de muleque mas por dentro eu gritava , la fora um garoto que sorria , fazia rir , aqui dentro , nada alem de lagrimas .
Será que isso é real ? Porque logo comigo ? O que eu sou ? Porque esse sentimento ? Porque não sou igual aos outros garotos da minha idade ? Ja é tarde ,  ja se passam horas e eu aqui , não sabendo de onde vim nem para onde vou , só vejo comigo a compania de tantas questoes que me assombram , que doem , que ferem . Essas eram as perguntas que eu me fazia a algum tempo .
Me vi ali a beira de um precipicio . Era o fim da linha ? ou o começo de uma grande historia ?  Quem dera  fosse apenas um fim .
Ja se faziam anos de incertezas , e ao longo do tempo a dor apertava , ficava cada vez mais complicado entender o porque de tudo , questionava ate a minha propria existencia.
Muitas vezes a dor e a angustia do silencio de um segredo se refletia no fisico , na saude , por varias vezes internado em leitos de hospitais , pude ver ali tambem como as pessoas anseiam em apenas viver , estar vivo , começa-se a dar valor  a vida quando se esta a um fio de esperança . E cada vez mais e nada alem de diagnosticos sem uma prescriçao correta do que havia acontecido , laudo ? Fator psicologico . Da pra entender que nosso corpo reflete aquilo que na nossa alma e produzido .
Percebi que ao longo do tempo eu sabia do que precisava , estava ali o tempo todo e eu nao havia percebido , pensava que amar seria um pecado nas minhas condiçoes , nao entendia o que se passava comigo afinal , nunca fui muito bom em amar , preferi a lei do desapego , mas que forma impura e suja , onde estariam os sentimentos ?  Nada alem de uma noite , e eu chegava sempre ao ponto inicial , me faltava um sentimento , me faltava o amor ,  o amor proprio .  Nunca fui de me aceitar , tao pouco os sentimentos me consumiam por completo , eu tinha o bloqueio .  Aos poucos eu via que a vida me dava oportunidades a cada sol que nascia , e mesmo com a noite fria em seguida , eu podia ver algo melhor ao pôr do sol .
Tempos se passaram ,  as pessoas ja nao me eram mais agradaveis como d'antes , ja nao me preenchiam nao me satisfaziam , o materialismo nao me incentivava e tudo nao  passara de uma noite , era eu um alguem que passara e nao deixara nada , era como um vazio qe ninguem o sentira . E mesmo assim , ainda não sabia quem era , nem tao pouco pra onde iria . Triste e dolorosa questao , traidora e entediante incognita da vida ! Pudera eu , simples e confuso garoto obter as respostas de que procurava encontrar ?  Resolvi viver ,  decidi não mais me preocupar em quem eu era  ,  e muito menos pra onde iria ,  afinal a vida estava me convidando a conhecê-la atraves de uma viagem ,  eu aceitei !  E  encarei com toda vontade e de olhos fechados so pela simples aventura de descobrir , descobrir a  vida ,  a minha tal IDENTIDADE . (...)


quarta-feira, 9 de março de 2011

Meu Chorar,Meu Sorrir



Hoje  o sol me sorriu de forma diferente, já não mais aquele sorriso brilhante como antes , sua cor já não era o laranja vibrante , e o céu parecia que  se ocultava em um cinza frio e triste , tão  nítido em cru como o meu coraçao , e  em um suspiro e em um olhar fixo pelo espelho , reflexo , apenas reflexos de uma noite em que somente as paredes do quarto faziam-se testemunhas ás lágrimas que insistiam em cair , os olhos ainda vermelhos e ao mesmo tempo tão brilhantes . Ja não era mais o sorriso irradiante que trazia em meus lábios como aquele d’antes  .  Eu chorei , sim , chorei ! Chorei por não haver  motivo , chorei por perder  a esperança e me tornar fraco , chorei por sentir aquele aperto , aquele vazio , aquela falta que o meu coraçao havia sentido ,  a necessidade de um sorriso ou daquele abraço , era  o teu sorriso o teu abraço , minha pele aos poucos perdia o seu  perfume , seu cheiro , e nada mais ao redor ocupava aquele pequeno e ao mesmo tempo tão avassalador espaço , único , especial , insubistituivel espaço !
Sim eu chorei , chorei porque a saudade quando aumenta e subestima a razão ela não se contém e transborda pelos olhos lentamente . Percebia que tudo que eu tanto temia e ouvia dizer por ai estava ali me amedrontando e me fazendo provar uma das maiores dores do mundo , a dor da solidão .
Sabe , as pessoas costumam chorar as vezes , choram por serem incompletas , por não possuirem , por ser o que não queriam e por não ser tambem , de um certo modo , as pessoas choram pelas mesmas dores e medos , o medo de experimentarem a solidão , talvez .
Um certo dia ouvi dizer que até mesmo os mais engraçados palhaços do mundo inteiro choram . Verdade ! Eles se sentem seguros por tras das máscaras e pinturas , utilizam o sorriso como armaduras . Porem , por traz de todo sorridente palhaço , existe um homem que chora , e é exatamente na solidão de seu quarto onde ele pode por fim ‘ser humano’ e chorar , viver , ser quem realmente é e sentir o que realmente se passa , viver o medo , encarar a solidão de perto e tê-la como única compania naquele devido instante , é preciso ter coragem , muita coragem , pra sorrir quando o que mais se quer é simplesmente , chorar .  Mas vale apena sorrir , vale muito tentar , errar , errar sempre , porem experimentar todos os sentimentos que a vida nos oferece a vivenciar . Use sua maior armadura :  O Sorriso !  E sorria , mesmo que seja pra esconder uma lágrima , mas apenas SORRIA!